- walter tierno
Anardeus em HQ
Em 2013, lancei meu segundo livro, “Anardeus. No calor da destruição”.
Foi Giulia Moon, que na época era editora na Giz, quem insistiu que o livro saísse por lá. Eu estava inseguro. Não conseguia contemplar uma carreira comercial para o livro. Cogitava levá-lo para editoras menores e mais experimentais. A Simone Mateus também não deixou. E talvez isso explique por que tenho uma relação tão próxima com a Giz Editorial. Acreditou em mim em um de meus muitos e intensos momentos de dúvida.
Não sei descrever tão bem minha relação com Anardeus. É, sem dúvida, meu livro mais visceral. Mais pessoal. O que melhor espelha meu estilo, minha voz. Provavelmente, o que mais me exponha.
A resposta dos leitores foi, felizmente, positiva. Hoje, seu potencial comercial está mais claro para mim. O que ainda é uma surpresa, confesso.
Já disse algumas vezes que meu primeiro livro, “Cira e o Velho”, havia nascido como uma ideia para uma graphic novel. Depois de alguns anos, percebi que sua vocação era a prosa. Estranhamente, até não muito tempo, eu ainda tentava adaptá-lo de volta para a mídia em quadrinhos. Não tive sucesso, novamente. Ele está em seu ambiente. Deixá-lo-ei ali.
Um dia, conversando sobre isso com a Veridiana, minha esposa, e também sobre a adaptação que os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá fizeram do livro “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, ela comentou que Anardeus daria uma boa HQ. Ela é fã confessa do livro. E, acreditem, não é pouco dizer isso, considerando seu nível de exigência…
A ideia não demorou muito a crescer em mim, o que é um bom sinal.
Vou tentar.
Não sei quanto tempo demorarei, nem se chegarei ao fim da empreitada, mas vou tentar adaptar Anardeus para quadrinhos.
Será um trabalho autoral, sem grandes buscas comerciais, como foi com a obra original.
Torçam por mim…
Aqui estão os primeiros estudos.

